|
Tipos Regionais do
Nordeste
Vendedor de Coco Verde |
|
O
Coqueiro (Cocos nucifera) empresta à paisagem nordestina um dos seus
aspectos mais pitorescos.
É
pouca a sua importância econômica, mas exerce sensível influência nos
costumes; principalmente entre as populações litorâneas. O seu produto
principal, a amêndoa, oferece diferentes tipos de aproveitamento.
Focalizamos aqui a utilização da água que ela contém, e que é
consumida, geralmente, em estado natural, enquanto o coco está verde.
O
coqueiro tem o seu habitat em quase roda a extensão litorânea do país,
compreendida entre Ceará e Espírito Santo com mais freqüência e, daí
até São Paulo, em declínio. Mas é, sobretudo na Bahia, em Alagoas,
Sergipe, Pernambuco e Ceará que o seu cultivo se desenvolve com
intensidade. Daí porque o vendedor de coco verde é mais encontrado nas
capitais daqueles estados, ocorrendo a sua presença, esporadicamente,
em cidades interioranas.
O vendedor de coco verde é tipo
familiar ao transeunte urbano; pode ser encontrado nas praias, nas
feiras e nas praças, em locais de bastante frequência humana. Não tem
indumentária especial e só no exercício de sua atividade adquire
realce. As vezes o produto é carregado em dois cestos suspensos de uma
vara. Sob o peso da carga o trabalhador percorre os logradouros
escolhidos, muitas vezes transferindo a "mercadoria" |
Vendedor
de Coco Verde - Ilustração de
Percy Lau
|
|
de
depósitos distantes até ao local de venda: uma cerimônia festiva, uma
parada militar, enfim, manifestações públicas que resultam em
concorrido agrupamento humano e onde, conseqüentemente, à semelhança de
refrescos e refrigerantes, a água de coco tenha preferência.
Pelas
estradas de intenso trânsito e às margens das praias de veraneio,
encontramos outro tipo de vendedor de coco verde, que oferece aspecto
diverso na sua atividade. A diferença está na instalação precária mas
permanente, do seu negócio: uma palhoça rústica, coberta. de folhas de
coqueiro, nem sempre com paredes, onde os cocos se amontoam ao abrigo
do sol. Sobre um jirau, à guisa de balcão, frutos descascados esperam
consumo. Alguns troncos sobre espeques ou simplesmente jogados ao chão,
acomodam os fregueses quando, com agilidade e a golpes de facão, o
caboclo desbasta a extremidade inferior das amêndoas, perfurando-as de
modo a permitir
que se beba o líquido no próprio fruto. |
|